Quem decidiu com a Previc que o equacionamento seria pelo valor máximo no TAC?

Em junho de 2016 a Petros apresentou os resultados referentes ao ano de 2015, informando um déficit no plano PPSP de R$22,6 bilhões.  Pelas regras de solvência dos fundos de pensão em vigor a Petros deveria equacionar o montante de R$16,1 bilhões acima do limite de tolerância.  Assim, a Petros elaboraria ao longo de 2016, um plano de equacionamento do déficit para implementar a partir de 2017.  Essa era a regra comunicada oficialmente tanto pela Petrobras como pela Petros.

Mas, não foi isso que aconteceu.  Pelas mais diversas explicações não o fizeram.  Nenhuma das explicações sinalizavam que estavam decidindo fazer o equacionamento pelo valor máximo, não mais pelos R$16,1 bilhões e sim pelo total do déficit de R$22,6 bilhões e, atualizados para a data estimada de implementação do plano, final de 2017, com base na meta atuarial.  Então o déficit foi corrigido para R$27,7 bilhões.

Em quem pensaram ?  Buscaram soluções para o conforto de quem? Tiveram sensibilidade social? Tiveram compromisso e responsabilidade com quem?  Eu sei que com os Participantes não foi.

Tiveram tempo mais do suficiente para perceber que os R$5,2 bilhões da família real não se sustenta em nenhum estudo técnico, pois nunca apresentaram. E por que usaram?  Por que não foram à Previc acertar a postergação desse item até que o recadastramento fundamentasse tecnicamente um valor?

Porque não equacionaram pelo mínimo enquanto verificam que do lado do passivo e do ativo existem números suspeitos como o AOR?

Por que ? Por que ? Por que?

Por que insistem em nos tratar como idiotas, em nos tratar com desrespeito e indignidade?

Encontraram uma solução confortável para os administradores não comprometerem suas biografias e seus currículos e, com extrema insensibilidade,  disseminaram o desespero em centena de milhares de participantes e familiares.

Nós os participantes, nos tornamos por 24 meses o maior e melhor investimento da Petros, rendendo líquido e certo a meta atuarial.  E assim, de largada vamos acrescentar ao patrimônio da Petros R$5,1 bilhões (R$27,7 – R$22,6 bilhões).

E quem fez isso?

Página 56 da Seção 3 do Diário Oficial da União (DOU) de 19 de Junho de 2017

Termo de Ajustamento de Conduta – TAC, aprovado pela Diretoria Colegiada da Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC em sua 352ª Sessão Ordinária, realizada em 02/05/2017, celebrado entre a Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC e os compromissários: Fundação Petrobrás de Seguridade Social – PETROS, CNPJ n.º 34.053.942/0001-50, Walter Mendes de Oliveira Filho, CPF nº 686.596.528-00; Flávio Vieira Machado da Cunha Castro, CPF nº 080.374.797-73; Henrique Andrade Trinckquel Filho, CPF nº 018.755.797-15; Hugo Repsold Júnior, CPF nº 543.626.877-34; Roberto Moro, CPF nº 462.359.579-04; Jorge Celestino Ramos, CPF nº 671.741.917-20; Epaminondas de Souza Mendes, CPF nº 002.424.625-53; Silvio Sinedino Pinheiro, CPF nº 198.557.027-00, Paulo César Chamadoiro Martin, CPF nº 267.888.025-72, Sylvia Sampaio Lôpo, CPF nº 327.394.005-00, Gustavo Dimitri de Souza Gonçalves, CPF nº 035.199.446-77, Marcos Antônio Zacarias, CPF nº 663.780.367-72, Luiz Carlos Xerxenesky, CPF nº 066.555 210-68, Agnelson Camilo da Silva, CPF nº 291.637.737-87 e Norton Cardoso Almeida, CPF nº 747.122.096-15 – Objeto: adequação aos prazos dos procedimentos contidos na Resolução CGPC nº 26, de 29.09.2008, mais especificamente com relação ao equacionamento de déficit observado no Plano Petros do Sistema Petrobras (“PPSP”), inscrito no CNPB sob o nº 1970.0001-47, relativo ao resultado acumulado apurado em 31.12.2015. Prazo para cumprimento: 850 (oitocentos e cinquenta) dias contados da data da publicação do Extrato no Diário Oficial da União – DOU.

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